Voltei esta semana ao trabalho após a minha licença de Paternidade! O que posso dizer é que é duro…
É duro porque, durante aquilo que nos parece ser um curtíssimo período de tempo, nos habituamos a certas rotinas e a certas coisas que depois deixam um vazio muito grande! Coisas simples como ficar na cama a brincar com o nosso filho de manhã, termos a oportunidade de todos os dias lhe dar o almoço, ir passear ao Jardim depois de almoço ou simplesmente ficar a olhar para ele a dormir a sesta, tornam-se facilmente momentos altos dos nossos dias… E acima de tudo, momentos altos que, de um dia para o outro, deixamos de conseguir replicar com a assiduidade desejável!
Na minha opinião (sempre a tive e isto apenas veio servir de confirmação) é pouco tempo…. Principalmente porque é tempo suficiente para criarmos hábito! A partir de certa altura ingenuamente fantasiamos que aquela é agora a nossa vida…. Que é assim que vamos viver para sempre! Como pode não ser? Estamos a estreitar os laços com os nossos filhos, estamos a dar-lhe o que eles mais querem e precisam e estamos totalmente dedicados ao que é verdadeiramente mais importante nas nossas vidas!
“Há muitos países em que é ainda menos tempo! Há países onde nem sequer tens direito a nada! “ dirão muitos. Pois, mas também os há onde temos direito a muito mais! Porque temos sempre de nos guiar por aqueles que têm menos que nós e não almejar aos que têm mais? Não digo que não seja difícil para o Estado e para as entidades empregadoras. Mas será um sacrifício ou um investimento? O Estado não terá um retorno futuro muito maior se as crianças crescerem mais felizes (e acreditem que crescem…)? As empresas não terão um retorno muito maior se tiverem colaboradores mais felizes e focados ao invés de pessoas a sofrer de ansiedade da separação? E isto é válido também para mães…. Também acho que têm pouco tempo para estar em casa com os filhos e também acho que toda a gente tem a ganhar se lhes for permitido estar mais tempo com os filhos!
Bem sei que isto não pode ser algo que dure para sempre e que, na verdade, têm sido dados passos muito importantes neste tema, principalmente no que aos Pais diz respeito! Sei que estou a escrever ainda muito a quente e tudo parece pior! Mas sendo algo que comprovadamente é tão benéfico para todas as partes gostava que se pensasse em alternativas para tornar isto mais fácil! Algo que não fosse este dá e tira que inevitavelmente sinto desde que o Sebastião nasceu.
Ao contrário da opinião de muita gente, acredito que estes primeiros tempos são os mais importantes e marcantes naquilo que vai ser o desenvolvimento das crianças. É altura em que são mais permeáveis ao que as rodeia e ao mesmo tempo dependentes de quem as rodeia. Será pedir demais estar focado a 100% nisto? Será pedir demais estar sempre presente? Será pedir demais que ele comece este caminho de mãos dadas com o Pai e a Mãe? Não me parece…
Para a semana estarei de volta… Um pouco mais bem-disposto, acredito…